Frase da Semana

"DANE-SE A PERFEIÇÃO, PREFIRO A FELICIDADE."

(Daniel Piza)

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Forma e Essência






Segue depoimento de Kedma, exemplo de como fundir a forma (sistema) com a essência (alma).



É minha aluna "peregrina": Às vezes assiste reunião às quartas-feiras na Sede, outra vez vai em Santana, ou então vem aos sábados, também na Sede.



"Brigadão" Kedma, pela colaboração. Com certeza, seu depoimento, mostra que é possível emagrecer feliz, com o conhecimento adquirido na Meta Real!




"Sou a caçula de cinco irmãos. Caçula e temporã: quando nasci, meus irmãos tinham idades entre 21 e 14 anos. Cresci entre adultos, num misto de "mimada" e "excessivamente cobrada". Minha mãe sempre foi mais rigorosa, com medo que eu me tornasse "malcriada" com tantos paparicos do meu pai, orgulhoso da filha que veio depois de tanto tempo.

Na alimentação minha mãe sempre foi (e ainda é!) muito criteriosa, como uma autêntica magra: as refeições eram sempre equilibradas, nos horários corretos, com a família reunida. Assim, posso dizer que cresci comendo bem, enquanto minha mãe cuidava da minha saúde alimentar. Fui magra, saudável, até a adolescência.

Lembro-me que comecei a primeira dieta aos 15 anos. Hoje sei que nem era gorda, nem tinha sobrepeso, à época. Mas alguma coisa me fez querer emagrecer mais: talvez por eu ter um tipo físico de grande porte, e não ser mignon, achei que era muito diferente das minhas amigas, e comecei a fazer regime. Nesse mesmo período comecei a me incomodar com os olhares que recebia dos homens mais velhos. Hoje sei que não foi um processo racional, mas engordar foi uma solução pra esse problema: tornei-me menos atraente. Mas não fiquei contente com isso. O efeito foi amplificado: eu não atraía quem me queria, mas também não atraía a quem eu queria... com isso, mais a minha natureza reservada de adolescente, acabei tendo o primeiro namorado aos 20 anos, diferentemente das minhas amigas, que namoravam desde os 16 anos.

Aos 20 anos foi quando comecei também a faculdade de Comunicação Social - Jornalismo na Cásper Líbero. Também comecei a trabalhar. Muitas mudanças, e a comida como grande companheira: agora eu tinha dinheiro pra comer o que quisesse, quando, e quanto quisesse, sem limites. Mas estava insatisfeita por ter começado um curso superior que não era exatamente a minha escolha. Eu queria ter feito Artes Cênicas, mas meus pais, já idosos, temiam pelo meu sustento e aconselharam que eu primeiro arranjasse um bom salário, para depois ir fazer o que quisesse como satisfação profissional. Acatei o pedido.

Fiz os quatro anos da faculdade e peguei uma DP inesperada no último ano. Teria mais um ano de trabalho pela frente. Mas uma depressão já me rondava. Nessa altura, eu já tinha ingressado no serviço público e ganhava um salário suficiente pra me sustentar. Meus pais se aposentaram e foram morar em outra cidade, e fiquei morando sozinha, trabalhando, e tentando terminar a faculdade. Foi um ano em que eu tinha a sensação de nadar sem sair do lugar. Não consegui finalizar a matéria na faculdade aquele ano, e tranquei a matrícula. Voltei no outro ano, e recomecei... e a cada vez tinha menos vontade de concluir aquele curso. Na minha displicência, acabei perdendo um prazo fatal para entregar o trabalho, e vi a bendita matéria ser adiada mais uma vez, para o outro ano. Enquanto isso, engordava. No começo do ano seguinte refiz a matrícula. Uma semana depois, meu pai morreu de infarto. Fiquei sem chão. Além de toda dor por perder meu querido herói, fiquei me perguntando até que ponto valia a pena fazer da minha vida tanta coisa de que não gostava: trabalhar em um setor de que não gostava, fazer um curso que não gostava... e resolvi tomar uma atitude. Sem o emprego e aquele salário eu não poderia ficar. Mas tive uma conversa sincera comigo mesma e me perguntei: "Afinal, do que você gosta?" E a resposta imediata foi: "Teatro". Desde que vi um espetáculo profissional, aos 14 anos, no Teatro Itália, sabia que meu lugar seria do outro lado da plateia, no palco. Me vi ali. Sonhei, sonhei... e então percebi que precisava agir para que aquilo se tornasse realidade. No mesmo dia liguei para o Teatro Escola Macunaíma, e me informei sobre a formação de novas turmas de alunos de teatro. Aguardei ansiosamente os dois meses que faltavam para o início do curso.

Em fevereiro de 2004, comecei o curso. Pesava 116kg. Já nem me pesava mais, tinha abandonado qualquer cuidado comigo. No ano em que meu pai morreu emagreci 26kg, em decorrência de uma forte depressão. Logo que me curei, engordei 30kg. Assim, ao chegar no curso de teatro estava cansada, com a autoestima no chão. Era muito agressiva, até com o olhar. Achava que eu deveria ser a responsável por tudo o que acontecia à minha volta, para o bem e para o mal. E era muito perfeccionista. Porque só quando eu era A melhor é que me achava à altura dos outros, numa competição constante e desgastante.

Meu primeiro confronto com o público me expôs demais. Foi duro, difícil, mas me fez crescer. Minha diretora era também obesa, e o papel que escolhi para representar era descrito como sendo de uma personagem "gorda, feia e mal-amada". Emprestar meu corpo para fazer essa personagem foi doloroso. Mas com a ajuda da diretora pude fazer um trabalho lindo, de que me orgulho, e saber que a arte ajuda a superar qualquer questão não-resolvida que se tenha consigo mesmo.

Com o teatro na minha vida fui aos poucos deixando as pessoas se aproximarem de mim. E, lentamente, fui emagrecendo. Mas BEM lentamente. E ficava numa sanfona: tinha vontade de ficar magra, fazia uma dieta radical, emagrecia... e engordava mais ainda. Nem sei quantas vezes fiz isso durante esses anos. Vi também que há personagens para todos os tipos físicos: altos, magros, baixos, gordos, claros, escuros, lisos, encaracolados, crespos... mas a flexibilidade de um magro é sempre maior: uma magrinho pode pôr enchimentos e fazer um papel de gordo. O contrário é impossível.

No começo deste ano, quando aquele balanço do que passou e o planejamento do porvir são inevitáveis, vi que estava satisfeita com quase tudo: meu emprego no Tribunal de Justiça, que me permite ter tranquilidade financeira pra executar meus projetos de teatro, minha vida familiar, espiritual, emocional... estava bem feliz com a perspectiva da estreia de um espetáculo no Centro Cultural São Paulo... mas eu não queria mais ser gorda. Foi quando resolvi procurar a Meta Real, aconselhada por uma ex-professora do teatro, hoje colega de elenco e amiga, Carolina Costa. Meu peso, de 108kg, foi um susto. De tanto engordar e emagrecer tinha perdido a noção do meu tamanho.

Agora, sinto que estou mais próxima de um modo de vida em que acredito. Faço minhas as palavras de Mahatma Gandhi: "Um homem não pode fazer o certo numa área da vida, enquanto está ocupado em fazer o errado em outra. A vida é um todo indivisível".

-- Kedma Franza"

9 comentários:

  1. Aurora... ver minha história aqui é um presente. Obrigada! :)

    Domingo é feriado, a hora da peça coincide com o final do Paulistão, maaas... se puder ir, fica o convite:

    Domingo, 15h00, tem Godot na Virada Cultural.
    Adaptação do texto de Samuel Beckett (Esperando Godot).
    Direção: René Piazentin
    Com Aline Baba, Bruno Matos e Kedma Franza

    Rua Conde de Sarzedas, 100. Atrás da Praça da Sé.

    GRÁTIS. :) Apareçam

    ResponderExcluir
  2. Que coisa mais linda essa história, Ked! Fico feliz de ter estado em um pedacinho disso!
    Sucesso total!
    E, com essa redação tão boa, dá vontade de te bater por ter perdido o prazo de entrega do trabalho pra ter o diploma! Rs..
    Beijos
    Letícia

    ResponderExcluir
  3. Que bom que vocês gostaram e concordo com a Letícia, você Kedma escreve realmente muito bem, tanto que reproduzi na íntegra seu texto, sem mudar uma vírgula. Mais uma vez, obrigada e até sábado. Beijos da Aurora

    ResponderExcluir
  4. MARAVILHOSO!!!
    BOM DIA E GRANDE BEIJO!!
    TAMARA - PLANETA EMAGRECIMENTO.

    ResponderExcluir
  5. Aurora adorei o depoimento da Kedma conhecer pessoas assim nos dá força para continuarmos á seguir nossa meta e acreditar que realmente podemos modificar o roteiro de nossas vidas no aqui e agora.Bjs ,Cláudia.

    ResponderExcluir
  6. É muito gratificante fazer parte da vida de pessoas como você Aurora que há tanto tempo colabora com o crescimento de Auto Estima e qualidade de vida. Bjs
    Márcia (Emagrecer é Atitude)

    ResponderExcluir
  7. Oi Claudinha Anônima, bom saber que vc continua motivada e continue assim que vc chega lá. Beijão no coração. Aurora

    ResponderExcluir
  8. Marcinha eu é que sou muito grata por ter você como amiga. Continuemos assim. Beijão da Aurora.

    ResponderExcluir
  9. Oi Aurora!!! Tudo bem?
    Eu mudei o nome do meu blog, e pode ser que não esteja mais aparecendo pra vc. Se puder acompanhar o novo, ficarei feliz! De Aline Francis mudei para "Em processo de emagrecimento". Beijos!!!

    ResponderExcluir